segunda-feira, 9 de julho de 2012

Terceiro Passeio - Centro Cultural Banco Itau

Neste Sábado - 07 de julho - estivemos presentes no Centro Cultural Itau, lá na Paulista. Passamos uma manhã muito emocionante (literalmente e artificialmente?), enfin..... Vejam as informações abaixo pra terem uma ideia de como foi nosso passeio.  

De fato é fascinante podermos "abrir nossas mentes" para possibilidades nunca antes pensadas. A experiência ajudou a retirar um pouco do preconceito que temos com as novas tecnologias. Não importa o jeitão da máquina o quão estranho (para alguns) pareça a nova realidade que ela propõe, uma coisa é certa: é o SER HUMANO - o seu criador, portanto, há sempre o humano "no bastidor" daquela nova realidade. 

Depois da visita à exposição não dá mais pra pensar no mundo virtual como algo "frio"! .....

Confiram, vai té 29.07. Nós adoramos!















EMOÇÃO ART.FICIAL 6.0

Exploded View (Commuters)

por Jim Campbell (EUA, 2011)


A obra expande uma imagem em movimento – plana e bidimensional – em uma matriz tridimensional escultórica composta de mais de mil diodos brancos pendurados (também conhecidos como LEDs). O resultado é uma tela de baixa resolução que explora os limiares da percepção e questiona qual a quantidade de informação necessária para se compreender uma imagem. Observado de ângulos diferentes, o piscar de luzes parece ser aleatório. Mas a partir de certo ponto de vista, a cintilação se resolve em sombrias figuras que se deslocam pelo espaço.
Jim Campbell é formado em matemática e engenharia pelo MIT. Em 1992, criou uma das primeiras obras públicas permanentes de vídeo interativo, em Phoenix, Arizona. Ministrou aulas sobre arte interativa em muitas instituições em todo o mundo, incluindo o MoMa, de Nova York. Como engenheiro, detém quase 20 patentes na área de processamento de imagem de vídeo. Uma monografia de sua obra, Material Light, foi publicada pela Editora Hatje Cantz, em 2010.

Você Não Está Aqui

por Gisele Beiguelman e Fernando Velázquez (Brasil, 2012)


Você Não Está Aqui discute a paisagem no tempo da produção de imagens mediadas por dispositivos portáteis, aplicativos de celular, recursos de geolocalização. Propõe uma experiência cinemática para a era do “homem sem a câmera”, na qual o público é convidado a construir cidades (ou reeditar os caminhos percorridos pelos artistas em diferentes lugares) a partir de um banco de dados. A paisagem é visualizada num dispositivo de 360º que acompanha a movimentação dos visitantes, deslocando o “norte” em função das pessoas e desconstruindo a incessante marcação de posicionamento que a cultura dos GPSs tem imposto.
Giselle Beiguelman é midiartista e professora universitária. Atua nas áreas relacionadas à criação e crítica de artemídia. Suas obras incluem intervenções em espaços públicos, projetos em rede e imagem digital. É professora da FAU/USP, editora da revista seLecT e autora de Nomadismos Tecnológicos (com Jorge La Ferla), 2011, entre outros. <www.desvirtual.com>.
Fernando Velázquez é artista multidisciplinar. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, e performances audiovisuais. Doutorando em comunicação e semiótica (PUC/SP), participou da Bienal do Mercosul (2009), da WRO Biennale (Polônia, 2011), do Mapping Festival (Suíça, 2011), entre outros. Ganhou o Prêmio Sergio Motta (Brasil, 2009) e o Vida Artificial (Espanha, 2008). <www.blogart.com>.

Ethalon / Adhesion Survival Manual

por Federico Díaz (Argentina/República Tcheca, 2012)

Sobre diversas imagens em movimento projetadas em dois canais, um sutil evento computacional se desenrola. A sua forma é definida por regras determinadas por números de Fibonacci, uma seqüência usada na conversão de milhas para quilômetros, entre outras aplicações. A narrativa sobre as ações de um fictício agrimensor-alpinista está permeada por simbologias sobre geometria, matemática e o princípio da realidade.
Federico Díaz é artista visual tcheco-argentino. De 1990 a 1996, durante seus estudos com o professor Karel Malich na Academia Tcheca de Belas Artes, começou a se interessar por novas abordagens para a arte, baseadas na incorporação de software, som, luz, movimento e tecnologias eletrônicas. Suas primeiras esculturas digitais foram criadas usando tecnologia TDI (Thomson Digital Image). Foi um dos pioneiros no uso de prototipagem rápida no campo da arte.

Think

por The Interactive Institute (Suécia, 2007)


A instalação é um ambiente lúdico e interativo no qual os visitantes compartilham seus pensamentos com outras pessoas e estimulam um tipo de conversação diferente. É um espaço público para a criação e circulação de ideias, em que diversos pensamentos são digitados num teclado e projetados dentro de balões de histórias em quadrinhos. O trabalho foi apresentado pela primeira vez na Conferência Internacional sobre Pensamento e, mais tarde, no Ars Electronica Festival.
The Interactive Institute é um coletivo baseado em Norrköping, Suécia, formado por Carl Johan Rosen, Dietmar Suoch e Henrik Wrangel. O grupo de pesquisa experimental desafia modelos tradicionais de instituições sem fins lucrativos, combinando arte, design e tecnologia.


Face Music

por Ken Rinaldo (EUA, 2011)


Uma série de seis esculturas robóticas compõe peças musicais a partir de imagens faciais dos participantes. Braços robóticos, com microcâmeras de vídeo em suas pontas, movem-se em direção ao calor corporal das pessoas e capturam imagens de seus rostos. Estes instantâneos são processados digitalmente e transformados em sonoridades, que, de forma generativa, evoluem e se transformam em melodias, sons e ritmos. O trabalho de Rinaldo explora novas morfologias da “soft robotics”, um campo emergente, no qual humanos e robôs e elementos robóticos se fundem em novas formas híbridas.
Ken Rinaldo é teórico e artista. Suas instalações multimídia interativas misturam as fronteiras entre o orgânico e o inorgânico. Por mais de duas décadas, vem trabalhando na intersecção da arte e da biologia, em campos como robótica, arte biológica interativa, vida artificial, comunicação interespécies, imagem digital e prototipagem rápida.


Slice

por George Legrady (Hungria/EUA/Canadá, 2001)


Uma imagem fotográfica é repetidamente cortada pela metade, sendo eventualmente reduzida a uma forma abstrata que, em seguida, é remontada numa representação diferente. Um software gera as composições visuais em tempo real, sendo o ciclo da animação realizado num período de 30 minutos, com cerca de seis imagens diferentes.
George Legrady é artista húngaro de mídia digital, radicado nos EUA. Tem vários projetos premiados, como Anecdoted Archive from the Cold War (1993), Slippery Traces (1995), Pockets Full of Memories (2001-2007) e We Are Stardust (2008). É diretor do Laboratório de Visualização Experimental e professor de mídia arte e tecnologia no programa de doutoramento da Universidade da Califórnia.

Generation 244

por Scott Draves e Electric Sheep (EUA, 2011)


Uma obra de “software art” criada em parceria com Electric Sheep, uma mente cibernética composta de centenas de milhares de computadores espalhados pelo mundo. Esse sistema, que se reproduz por evolução darwiniana, é uma forma de vida artificial que Scott Draves criou em 1999, em que cada imagem construída é o resultado de uma equação com milhares de parâmetros e variáveis. Para criar a obra, selecionou as linhagens preferidas da geração 244 do sistema. O vídeo não linear resultante é acionado numa sequência infinita e não repetitiva.
Scott Draves é artista de “software art” e inventor de trabalhos baseados em código livre, como Flame, Fuse e Bomb. Fundou o Electric Sheep, projeto de computação distribuída, baseado em fractais exibidos na forma de um protetor de tela de computador.

The Mimetic Starfish

by Richard Brown (Inglaterra, 2000-2006)


Ilusão e mimetismo são as marcas da instalação de Brown, que desafia o modo como consideramos o que é e o que não é um ser vivente. Uma estrela-do-mar virtual, “treinada” por tecnologia de redes neurais, tem movimentos orgânicos e transmite uma sensação de vitalidade. O trabalho é caracterizado por um tom provocador e, ao mesmo tempo, lúdico. Um exemplo de vida artificial que engloba os conceitos de magia e tecnologia, arte e ciência, filosofia e cognição.
Richard Brown tem licenciatura em informática e cibernética e um mestrado em belas-artes. Trabalha como artista, inventor e empresário. Suas criações exploram experiências interativas relacionadas à biomimética, usando uma grande variedade de suportes, como o digital, o analógico e o químico.

iFlux

por Silvia Laurentiz e Martha Gabriel (Brasil, 2012)


i-Flux é uma arte sistêmica, interativa e dinâmica, que trabalha com fluxos de informações de diferentes naturezas. O coração do sistema está localizado em uma instalação, que age como o hub central (dispositivo que interliga computadores de uma rede local), concentrando as interações dos fluxos do ambiente em que está abrigado. O sistema evolui por meio de estados locais e do diálogo e translações das informações do lugar em que se encontra (no caso, o prédio do Itaú Cultural), que fornecerá os dados de fluxos para a instalação: redes internas, rede elétrica, rede hidráulica, entradas e saídas de pessoas, diferentes fluxos de informações que movimentam diariamente a vida de um edifício. Cada tipo de dado será representado por um padrão, que será visualizado como uma constante chuva projetada na parede da obra e agirá sobre uma ‘criatura’, uma espécie de regulador do ecossistema.
Silvia Laurentiz é docente da ECA/USP, desde 2002. Pesquisadora na área de arte e tecnologia, desenvolveu trabalhos em realidade virtual, ambientes interativos, multimídia e web arte. Coordena o Grupo de Pesquisa Realidades Mistas – Da Realidade Tangível à Realidade Ontológica <www.eca.usp.br/realidades>. Possui bacharelado em comunicação visual pela Faculdade de Artes Plásticas da Faap, mestrado em multimeios pela Unicamp, doutorado em comunicação e semiótica pela PUC/SP.
Martha Gabriel é artista e pesquisadora na área de novas mídias. Coordenadora e professora na HSM Educação, é engenheira e mestre e doutoranda em artes (ECA/USP). Autora de quatro livros, entre eles Interfaces de Voz na Web. Participou de eventos internacionais como: SIGGRAPH (EUA, 2005, 2006 e 2009), ISEA (2008 em Cingapura, 2009 em Belfast e 2011 em Istambul), Consciousness Reframed (2004 em Pequim, 2006 em Plymouth, 2008 em Viena e 2010 em Trondheim), Technarte (Bilbao, 2010 e 2012), Bienal de Florença (2009), Spirituality & Virtuality (Munique, 2010), entre outros. Apresentou a exposição individual Life ON Line OFF Life, na Galeria Olido (2010).

Fala

por Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti (Brasil, 2012)



Trata-se de uma máquina de falar autônoma e interativa, desenhada para estabelecer comunicação entre humanos e máquinas, e entre máquinas e máquinas. Na instalação, um microfone faz a interface com um “coro” de 40 celulares. Todos os aparelhos estão em estado de escuta para captar vozes e outras sonoridades. A obra analisa as informações e estabelece equivalências com sua memória. Então, gera um resultado audiovisual com um significado semântico similar ao som captado, ou seja, fala e exibe nas telas uma palavra idêntica ou semelhante à palavra escutada. O projeto recebeu o prêmio Incentivos à Produção VIDA 13.2, da Fundación Telefónica.
Rejane Cantoni estudou comunicação, semiótica, visualização de sistemas de informação e interfaces cinemáticas em São Paulo e em Genebra. Desde 1987, pesquisa e desenvolve instalações imersivas com dispositivos de aquisição e manipulação de dados em ambientes naturais ou sensorizados e automação.
Leonardo Crescenti estudou arquitetura na FAU/USP. Investiga e desenvolve projetos em várias mídias e suportes, desde 1978. Como diretor, realizou 13 curtas-metragens obtendo várias premiações. Participou de festivais nacionais e internacionais, entre eles, a Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Rio + 10


As conferências internacionais realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao debaterem assuntos relacionados ao meio ambiente, consistem em oportunidades para a elaboração de projetos na busca por soluções práticas e eficazes visando a proteção ambiental. 
O primeiro grande evento foi realizado em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Em 1982 ocorreu um novo encontro, em Nairóbi, no Quênia. O Brasil sediou uma conferência, organizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, cujo evento ficou conhecido como Eco-92. Após 10 anos, foi realizada em Johanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Entre os dias 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, a ONU promoveu em Johanesburgo, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. Esse evento reuniu representantes de 189 países, além da participação de centenas de Organizações Não Governamentais (ONGs). 

As discussões na Rio+10 não se restringiram somente à preservação do meio ambiente, englobou também aspectos sociais. Um dos pontos mais importantes da conferência foi a busca por medidas para reduzir em 50%, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza (com menos de 1 dólar por dia) até 2015.
Foram debatidas questões sobre fornecimento de água, saneamento básico, energia, saúde, agricultura e biodiversidade, além de cobrar atitudes com relação aos compromissos firmados durante a Eco-92, principalmente colocar em prática a Agenda 21 (documento composto por 2.500 recomendações para atingir o desenvolvimento sustentável). 

No entanto, os resultados da Rio + 10 não foram muito significativos. Os países desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres, bem como os países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), juntamente com os Estados Unidos não assinaram o acordo que previa o uso de 10% de fontes energéticas renováveis (eólica, solar, etc.). 
Um dos poucos resultados positivos foi referente ao abastecimento de água. Os países concordaram com a meta de reduzir pela metade, o número de pessoas que não têm acesso a água potável nem a saneamento básico até 2015.

Conferência de Nairóbi - 1982


Conferência de Nairóbi
Presidida pela primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtlandno ano de 1982, esta Conferência nasce de “uma certa frustração pelos resultados obtidos desde a Conferência de Estocolmo”.
“Diante deste quadro negativo, foi constituído um grupo de trabalho  – a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” .
Essa Comissão “era constituída por dez membros de países desenvolvidos, dez membros de países em desenvolvimento, além de um presidente e de um vice- presidente” e “tinha como objetivo avaliar a questão ambiental em sua interface com o desenvolvimento, propondo um
 plano de ação em nível mundial”.
A Comissão Brundtland, como ficou conhecida, gerou um relatório,o qual foi minuciosamente confeccionado e publicado em 1987 pelas Nações Unidas sob o título Our Common Future
(Nosso Futuro Comum).
“Neste documento foi definido pela primeira vez o „desenvolvimento sustentável sendo como o desenvolvimento que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de terem suas próprias necessidades atendidas” .
 Ademais, destacou os principais componentes que viriam a compor o tripé do desenvolvimento sustentável: a proteção ambiental, o crescimento econômico e a equidade social, “reconhecendo a necessidade de mudanças tecnológicas e sociais para que se pudesse alcançar equidade e crescimento sustentável”. Outros temas pertinentes foram avaliados, dentre eles a “economia internacional, população, segurança alimentar, espécies de ecossistemas, energia, indústria e crescimento urbano”
.

Conferência de Estocolmo - 1972


A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO - 1972
Em Estocolmo - Suécia, no período de 5 a 16 de junho de 1972 ocorreu a reunião de 113 países para participarem da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo. Foi Presidida pelo canadense Maurice Strong.
Essa Conferência é extremamente importante, pois, foi o primeiro grande encontro internacional, com representantes de diversas nações, para a discussão dos problemas ambientais e nela se consolidou e discutiu a relação entre desenvolvimento e meio ambiente.
A Conferência, apesar de atribulada, gerou um documento histórico, com 24 artigos (infelizmente, com poucos compromissos efetivos) assinado pelos países participantes e teve como um de seus principais desdobramentos a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a primeira agência ambiental global.
A visão na época era a de que os problemas ambientais eram originados da pobreza, que era a principal fonte de poluição e que dispor de mais alimentos, habitação, assistência médica, emprego e condições sanitárias tinha mais prioridade do que reduzir a poluição da atmosfera. Ou seja, o desenvolvimento não poderia ser sacrificado por considerações ambientais dado que essa preocupação poderia prejudicar as exportações dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

A posição defendida era de que todos tinham direito ao crescimento econômico. Na Conferência de Estocolmo, o Brasil liderou 77 países (do total de 113 países) com acusações aos países industrializados e defesa do crescimento a qualquer custo. Em protesto estendeu uma faixa com os dizeres: “Bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos, dólares para o nosso desenvolvimento”. Essa faixa é famosa, pois, reflete o pensamento da época de todos terem o direito de crescer economicamente mesmo que às custas de grande degradação ambiental. Não se pode esquecer que o Brasil estava em pleno milagre econômico.

Na Conferência fica claro que o Homem é o centro da relação Homem-meio ambiente. A proposta dos 23 artigos trata a pobreza como causadora da degradação (artigo 10); não apoia o crescimento zero e sim crescimento com equilíbrio (arts. 8, 9 e 11) e afirma que deve ocorrer a preocupação com o crescimento populacional (arts. 15 e 16).




DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO

Estocolmo, 5 a 16 de junho de 1972.

Princípio 1 – O homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e desfrute de condições de vida adequadas em um meio de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar; tem solenemente obrigação de proteger e melhorar o meio para as gerações presentes e futuras. Em relação a esse aspecto, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e dominação estrangeira devem ser condenadas e devem ser eliminadas.

Princípio 2 – Os recursos naturais da Terra, inclusive o ar, a água, a terra, a flora e fauna e, especialmente, amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras mediante uma cuidadosa planificação e ordenação, segundo convenha.

Princípio 3 – Deve-se manter e, sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade da terra em produzir recursos vitais renováveis.

Princípio 4 – O Homem tem responsabilidade especial de preservar e administrar, judiciosamente, o patrimônio da flora e fauna silvestre e seu habitat que se encontram, atualmente, em grave perigo por uma combinação de fatores adversos.
Em conseqüência, ao planificar o desenvolvimento econômico deve-se atribuir importância à conservação da natureza, inclusive a flora e fauna silvestre.

Princípio 5 – Os recursos não renováveis da Terra devem ser empregados de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe os benefícios de tal emprego.

Princípio 6 – Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais e à liberação de calor em quantidades ou concentrações tais que o meio não possa neutralizá-las, para que não se causem danos graves irreparáveis aos ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos povos de todos os países contra a contaminação.

Princípio 7 – Os estados deverão tomar todas as medidas possíveis para impedir a contaminação dos mares por substâncias que possam por em perigo a saúde do homem, danificar os recursos vivos e a vida marinha, diminuir as possibilidades de derramamento ou de outras utilizações legítimas do mar.

Princípio 8 - O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e criar as condições necessárias para melhorar a qualidade da vida.

Princípio 9 – As deficiências do meio originadas pelas condições do subdesenvolvimento e os desastres naturais implantam graves problemas e a melhor maneira de melhorá-las é o desenvolvimento acelerado mediante a transferência de quantidades consideráveis de assistência financeira e tecnológica que complemente os esforços internos dos países em desenvolvimento e a ajuda oportuna que se possa requerer.

Princípio 10 – Para os países em desenvolvimento, a estabilidade dos preços e a obtenção de rendas adequadas dos produtos básicos e matérias-primas são elementos essenciais para a ordenação do meio, já que se leva em conta tanto os fatores econômicos quanto os processos ecológicos.

Principio 11- As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar voltadas a aumentar o potencial de crescimento atual ou futuro dos países em desenvolvimento e não deveriam limitar esse potencial nem obstaculizar o ganho de melhores condições de vida para todos.
Os estados e as organizações internacionais deveriam tomar atitudes com objetivo de chegar a um acordo para fazer frente as conseqüências econômicas que podem resultar nos planos, nacional e internacional, da aplicação de medidas ambientais.

Princípio 12 – Dever-se-iam destinar recursos à conservação e melhoria do meio ambiente, tendo em conta as circunstâncias e as necessidades especiais dos países em desenvolvimento, para quaisquer gastos que possam originar a estes países a inclusão de medidas de conservação do meio em seus planos de desenvolvimento, assim como a necessidade de prestar-lhes, quando solicitem mais assistência técnica e financeira internacional com esse fim.

Princípio 13 – A fim de atingir um ordenamento racional dos recursos e melhorar as condições ambientais, os Estados deveriam adotar um enfoque integrado e coordenado do planejamento de seu desenvolvimento, de modo que fique assegurada a compatibilidade do desenvolvimento com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de sua população.

Princípio 14 – A planificação racional constitui um instrumento indispensável para conciliar as diferenças que podem surgir entre as exigências do desenvolvimento e as necessidades de proteger e melhorar o meio.

Princípio 15 – Deve-se aplicar a planificação aos assentamentos humanos e à urbanização com objetivo de evitar repercussões prejudiciais ao meio ambiente e obter os máximos benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos. A este respeito devem ser abandonados os projetos destinados à dominação colonialista e racista.

Princípio 16 - Nas regiões em que existem riscos de que a taxa de crescimento demográfico ou concentrações excessivas de população prejudiquem o meio ou o desenvolvimento, ou em que a baixa densidade de população possa impedir a melhoria do meio ambiente humano e obstaculizar o desenvolvimento, deveriam ser aplicados políticas demográficas que respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem com a aprovação dos governos interessados.

Princípio 17 – Deve-se confiar às instituições nacionais competentes a tarefa de planificar, administrar ou controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados com o fim de melhorar a qualidade do meio.

Princípio 18 – Como parte de sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social deve-se utilizar a ciência e a tecnologia para descobrir, evitar e combater os riscos que ameaçam o meio para solucionar os problemas ambientais e pelo bem comum da humanidade.

Princípio 19 – É indispensável o trabalho de educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos, e que tenha a devida atenção com a população menos privilegiada, para erigir as bases de uma opinião pública bem informada e uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade com a proteção e melhoria do meio em toda a sua dimensão humana. É também essencial que os meios de comunicação de massas evitem contribuir com a deterioração do meio ambiente humano e difundam informações de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos.

Princípio 20 - Deve-se fomentar em todos os países em desenvolvimento a investigação científica referente aos problemas ambientais, tanto nacionais como multinacionais. A esse respeito, o livre intercâmbio de informações científicas atualizadas e de experiências sobre a transferência deve ser objeto de apoio e assistência. A fim de facilitar a solução dos problemas ambientais, as tecnologias devem se colocar à disposição dos países em desenvolvimento em condições que favoreçam sua ampla difusão sem que se constituam uma carga econômica excessiva para esses países.

Princípio 21 – Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, os Estados tem o direito soberano de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua política ambiental e a obrigação de assegurar que as atividades existentes, dentro de sua jurisdição ou sob seu controle, não prejudiquem o meio de outros estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional.

Princípio 22 - Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito internacional no que se refere à responsabilidade e a indenização às vitimas da contaminação e outros danos ambientais que as atividades realizadas dentro da jurisdição, ou sob o controle de tais Estados, causem em zonas situadas fora de sua jurisdição.

Princípio 23 – Toda pessoa terá a oportunidade de participar, individual ou coletivamente, no processo de preparação das decisões que concernem diretamente o seu meio ambiente e quando este tenha sido objeto de dano ou deterioração poderá utilizar os recursos necessários para obter uma indenização.

Princípio 24 – Toda pessoa deve agir conforme o disposto na presente carta. Toda pessoa, atuando, individual ou coletivamente, ou no marco de sua participação na vida política, procurará alcançar e observar os objetivos e as disposições da presente Carta.

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio





"A consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio requer uma parceria global apropriada a um mundo interconectado. O mundo realmente compartilha um destino comum." Jeffrey D. Sachs

O QUE É
Documento que consolidou várias metas estabelecidas nas conferências mundiais ocorridas ao longo dos anos 90, estabelecendo um conjunto de objetivos para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo – os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – que devem ser adotados pelos estados membros das Nações Unidas, que envidarão esforços para alcançá-los até 2015.
ORIGEM
A Organização das Nações Unidas promoveu, em setembro de 2000, a Assembléia do Milênio, a reunião de chefes de Estado e de governo de maior magnitude jamais realizada: 191 delegações estavam presentes, 147 delas lideradas por suas autoridades de mais alto escalão. O debate resultou na aprovação da Declaração do Milênio, que reconhece que o mundo já possui a tecnologia e o conhecimento para resolver a maioria dos problemas enfrentados pelos países pobres. Até então, no entanto, tais soluções não foram implementadas na escala necessária. O estabelecimento destes objetivos representa uma grande realização da comunidade internacional, visto que são mensuráveis e temporalmente delimitados.

CONTEÚDO

Oito objetivos gerais foram identificados:
1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
2 - Atingir o ensino básico universal.
3 - Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
4 - Reduzir a mortalidade infantil.
5 - Melhorar a saúde materna.
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças.
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental.
8 - Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.